Segundo Cipriano Carlos Luckesi, a concepção de ser humano é um ser construtor em construção. Construtor de si mesmo mediante o trabalho que constrói. E assim ele constrói a si mesmo construindo e dominando o meio ambiente que o circunda. Conforme segue:
“ Através de sua atividade sobre os outros elementos da natureza, no contexto de um conjunto de relações sociais, constrói bens para satisfazer suas necessidades. Ele é um feixe de necessidades, e, para satisfazê-las, age sobre o mundo exterior, transformando-o criativamente, fazendo-o propriamente seu. E enquanto humaniza a natureza pelo seu trabalho, humaniza-se a si mesmo” .
A concepção de ser humano neste autor é em linguagem Marxista, o trabalho. O trabalho é o próprio modus operandis essendi do humano. Sua natureza se resume a esta dialética trabalhista, onde ele produz e modifica o ambiente à sua volta e ao mesmo tempo é transformado por ela , na própria visão dialética Hegeliana, onde o homem, ao trabalhar trabalha o todo, que é si mesmo e os outros. Mas insistindo mais na visão Marxista, o trabalho também pode ser um instrumento de alienação, e a contradição dialética Hegeliana da própria concepção de Homem pode ser e deve ser contraditória. Não entrarei nestes pormenores, mas tentarei me ater à pergunta original. Conforme o autor coloca:
“ A alienação surge, inicialmente, pela alienação do produto do próprio trabalho, da própria ação”.
Nota-se aqui que o primeiro passo para a alienação é a alienação do bem produzido pelo homem, trabalhador, ele próprio transformado em bem de consumo na forma de mão de obra. Neste ponto em particular, percebe-se que a alienação humana se dá quando o próprio bem , que é o humano, se torna produto , bem de produção do capitalista, que se torna dono deste meio de produção , o próprio homem coisificado em bem.
Concluo com o até agora exposto que a concepção do autor é materialista (materialismo dialético Histórico), em uma perspectiva mais Marxista, onde a concepção de ser humano é uma concepção contextual histórica em movimento, onde o humano propriamente dito se aliena quando deixa de ser para si para ser coisa do capitalista, e o inverso, deixar de ser coisa do capitalista para ser humano no sentido originário, ideal e efetivo do termo em uma práxis social.
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