A Grande Saudade.

Pra gente saber pra onde vai, tem que saber de onde veio.

Acho que nesse ponto eu sempre tive muita sorte, porque vim de uma família incrível.

Meu vô foi o nosso centro esses anos todos e mesmo sabendo que ninguém vive para sempre, é difícil aceitar ou imaginar a vida sem ele,ja que o ano novo esta chegando e sempre estive com ele,ao lado dele,contando minhas artes e as pescarias mal sucedidas.

O vô era um velhinho maravilhoso e até hoje eu não sei como um coração tão grande coube naquele corpo tão pequeno.

Os ossos e os músculos já estavam fraquinhos, mas a cabeça era muito forte.Muito forte.

Ele acompanhava religiosamente a novela e amava os rios  e os pesques-pague.

Se as coisas não estavam bem, o vô sempre tinha um bom conselho. Conselho de quem viveu muitos anos e já viu de tudo que se possa imaginar.

Foi um homem  forte,experiente,sábio e que me dá muuuito orgulho. Passou por poucas e boas, mas sempre com um sorriso no rosto.

Criou quatro filhas mulheres e três filhos homens excepcionais. Teve muitos netos e bisnetos.

Através de todos nós, deixou para esse mundo o que ele tinha de melhor.

O corpo frágil e cansado ficou por aqui, mas o vô seguiu adiante. Foi para não sei onde…

Acho que o melhor lugar do mundo,um lugar que um dia vou encontrar com ele,comer aquele peixinho frito que ele tanto adorava e novamente rir e pescar juntos.

E me dói o coração.

Me dói, porque eu vou sentir saudade. Muita saudade.

Tchau, vô!

Obrigada por tudo.

P.s: Avô Caetano Eduardo dos Reis Filho,tenho muito orgulho de ti,sempre carregarei teu nome em meu peito naquela farda preta que te prometi. Te amo.